Dolce Fare Niente

Certas coisas nunca mudam. O nosso lema será uma delas. "Honesto estudo com muito vinho misturado"

quinta-feira, abril 23, 2009

Reacções II

O inédito apuramento do Paços de Ferreira para a final da Taça de Portugal, concretizado na Madeira, após sofrida vitória por 3-2 sobre o Nacional, provocou enormes festejos entre os adeptos do clube. No café do Estádio da Mata Real, um dos locais que concentrou à hora do jogo mais adeptos do clube, Arménio Neto, técnico de equipamentos do Paços de Ferreira recentemente reformado, distribuía abraços e, praticamente sem voz, disse tratar-se de "uma das maiores alegrias" da sua vida.
"Tive três subidas, uma ida à UEFA, alguns desgostos pelo meio, mas esta vitória, após 30 anos de serviço no clube, foi das melhores e o golo do Pedrinha aconteceu mesmo na hora certa", disse à Agência Lusa, acrescentando que sempre acreditou num final feliz. Arménio Neto explicou: "Antes de partirem para a Madeira, despedi-me deles e do meu filho, que está a substituir-me, dizendo que tinha a vitória no coração, tal como já tinha acontecido no jogo da Amadora, e não me enganei". No interior do café, já mais "despido", começavam a fazer-se listas para preparar a inédita ida ao Jamor, enquanto António Mota, antigo director do clube, de 69 anos, tentava recompor-se da emoção de um jogo apenas decidido no último minuto do tempo regulamentar. "Sofri um bocadito, mas foi uma vitória muito boa de uma equipa com muito carácter e que mostrou raça. O coração aguentou e amanhã (quinta-feira), se calhar, vamos esperá-los ao aeroporto", disse, visivelmente emocionado. No centro da cidade, a festa começava a tomar conta das principais artérias, com carros, buzinadelas, dezenas de adeptos vestidos a rigor e cânticos de apoio à equipa e aos novos "heróis da cidade e do clube". Joaquim Silva, gerente de um bar no centro da cidade, destacava Pedrinha, pela "enorme frieza" na marcação das grandes penalidades, e Rui Miguel, "um jogador acima da média", manifestando-se satisfeito por ver concretizado um "sonho antigo". "Tinha o sonho de um dia ir ao Jamor e agora vou poder concretizá-lo com o Paços de Ferreira. Aliás, no café, já fizermos uma primeira lista e já temos uma camioneta praticamente completa", disse, falando em "apoteose" no final, com "muita cervejinha". Ao seu lado, Adalberto, capitão de equipa dos "castores" na meia-final perdida com a União de Leiria, em 2002/03, e elemento da actual equipa técnica, comparou os dois jogos e lembrou que "o Paços ganhou da mesma forma que perdeu na altura: no último minuto". "Foi uma vitória sofrida, mas justa. O jogo começou bem, conseguimos virar a eliminatória a nosso favor, tal como tinha sido trabalhado nos treinos, mas, depois do empate, deu para sofrer um bocadito", disse Adalberto. O antigo capitão dos pacenses disse ainda ter "renovado a confiança" na vitória no momento em que a equipa, já no segundo período, conseguiu "reaparecer na área contrária". "Não consegui ir ao Jamor como jogador, mas sinto agora que a derrota nessa meia-final (0-1 com a União de Leiria) está, por assim dizer, vingada", disse, justificando o feito com "os resultados do trabalho realizado" pela nova equipa técnica.

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