Dolce Fare Niente

Certas coisas nunca mudam. O nosso lema será uma delas. "Honesto estudo com muito vinho misturado"

sexta-feira, julho 01, 2005

O Bom, o mau e a surpresa, ou talvez não

Vale a pena ler os artigos seleccionados na imprensa estrangeira para figurarem esta semana no Courrier Internacional. O primeiro deles, sobre Durão Barroso, de um jornal suiço, faz uma crítica feroz ao José Manuel, que como que diz que é uma "nódoa". Quer dizer, diz mesmo. O autor do artigo pergunta se é " mesmo deste homem que a Europa precisa?". Pior, considera que para a velha Europa, Durão Barroso é tão simplesmente o "hospedeiro" da cimeira dos Açores, onde Bush anunciou o lançamento da guerra no Iraque. A mesma onde nos jornais do dia seguinte, as primeiras páginas vinham preenchidas com a fotografia a três dos líderes presentes nessa cimeira (exceptuando os jornais portugueses, que apresentavam fotos a quatro, já incluindo Durão Barroso).
O autor torna tudo mais interessante ao pedir a opinião a Miguel Sousa Tavares, o qual diz que "as suas ideias (as de Durão Barroso) estão mirradas pelas manobras políticas, as estratégias de conquista de poder e as ambições pessoais... para ele, nada é sagrado, nada é definitivo".
Sem dúvida que é bom ter um português como Presidente da Comissão Europeia, mas será suficiente? Muita gente pensa que não...

Quanto ao Bom, o Júri do Prémio Príncipe das Astúrias para a Investigação foi atribuido ao português António Damásio. Num artigo retirado do La Vanguardia, o neurologista recebe rasgados elogios pelos estudos que tem efectuado na sua área de especialização, a neurologia. Mais concretamente, pelos estudos que têm levado a um melhor conhecimento dos mecanismos que regem o funcionamento do cérebro.

A surpresa, ou talvez não, vai direitinha para a referência que é feita a José Gil, filósofo português autor do ensaio «Portugal hoje: o medo de existir». A surpresa não é pelo facto de ter sido referido, até porque bem recentemente foi considerado como um dos vinte e cinco pensadores mais importantes da actualidade. Surpreendido sim, pelo facto do artigo referir que as conclusões do filósofo se podiam aplicar aos catalães e aos espanhóis em geral. Eu que sempre considerei, e continuarei a considerar, os espanhois tão diferentes de nós portugueses. E isso vê-se nas pequenas coisas da vida... Mas se quiserem descer ao abismo, estão à vontade. Nós, portugueses, os esperamos nesse buraco sombrio.

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