Dolce Fare Niente

Certas coisas nunca mudam. O nosso lema será uma delas. "Honesto estudo com muito vinho misturado"

quinta-feira, agosto 26, 2010

Tempos "Modernos"

Texto de Zita Seabra
Não é certamente possível ter escolas e creches abertas e maternidades a funcionarem, se nascem cada vez menos crianças e Portugal tem uma das mais baixas taxas de natalidade da Europa.

Nos últimos anos, todas as políticas dominantes foram no sentido de atacar a família, de a desestruturar e de dificultar que os casais tenham filhos. Na mesma semana da notícia do fecho das escolas, foi promulgada a lei das uniões de facto. Esta lei vem no seguimento de toda uma legislação concebida para considerar a instituição familiar - ou, como escreveram Marx e Engels, a «família patriarcal-burguesa» - algo de obsoleto.

Senão, vejamos. O aborto passou a ser considerado um direito, o que teve como consequência imediata transformar-se num banal método anticoncepcional. Da legislação que existia em Portugal e que apenas pretendia evitar a prisão das mulheres que, perante um drama que por vezes acontece nas curvas da vida, partiu-se para esse caminho e os resultados estão à vista. Hoje, há jovens mulheres que banalizaram o aborto na sua vida e já realizaram dois ou três abortos legais, desde que a lei foi aprovada, em hospitais públicos, ou em clínicas espanholas. Alguns dos inspiradores da lei já vieram, alarmados, penalizar-se pelos resultados da lei que fizeram e reconhecer que nem conseguem que essas jovens passem, depois de abortar, por uma consulta de planeamento familiar. Voltam apenas, pouco tempo depois, para um novo aborto. Um direito nunca pressupõe culpa e a lei aprovada banalizou o aborto a pedido, sem drama , sem culpa, como se não existisse uma vida interrompida.

Em simultâneo, facilitou-se de tal forma o divórcio sem qualquer salvaguarda da parte mais frágil do casal: os filhos e (quase sempre) a mulher, surgindo dramas terríveis de casamentos desfeitos com um «passa bem». Os filhos vêem-se de repente transformados num fardo que circula de casa em casa, sem quarto, porque o que dá mais jeito é que uma semana «chateiem» um, outra outro e, muitas vezes, ainda rodem pelos vários avós. As crianças deixaram de ser, tantas vezes, o centro do vida familiar para se transformarem em novos nómadas e as mulheres em novos pobres, «despedidas» mais facilmente que qualquer empregado sindicalizado.

Do ponto de vista fiscal, o casamento e os filhos penalizam quem tem a ideia antiquada de casar e imagine-se? ter filhos e ter uma família. As uniões de facto estão de tal forma equiparadas ao casamento que o melhor para quem não deseja nenhum compromisso é mesmo garantir, publicamente, em notário que, apesar de solteiro, viúvo ou divorciado, vive só, assegurando que ninguém entra lá em casa. Homem ou mulher.

O casamento civil foi, assim, equiparado à união de facto, transformado num contrato a (curto) prazo, quando já tinha sido recentemente equiparado o casamento de homossexuais com o de heterossexuais. Com filhos ou sem filhos, o importante é, na ideologia dominante, acabar com a opressão da família burguesa.

Não modernas as teorias que originaram estas leis mas, felizmente, também não corremos ainda os riscos das teses extremistas do fim da família, teorizado por Marx e Engels como um objectivo de luta. Marx escreveu que «a primeira divisão do trabalho é a de homem e mulher para a procriação de filhos». Engels cita-o e acrescenta que «a primeira oposição de classes que aparece na história coincide com o desenvolvimento do antagonismo de homem e mulher no casamento singular e que a primeira opressão de classe coincide com a do sexo feminino pelo masculino» (in A Origem da Família, da Propriedade e do Estado, F. Engels.).

No seguimento desta teoria, nasceram as feministas radicais com a Kolontai e o ataque à família levado a cabo nos países comunistas que foi um dos maiores atentados aos direitos humanos nesses países. Na URSS, os pais não faziam férias com os filhos. Os filhos passavam férias nos Pioneiros, enquanto os pais seguiam para as férias nos sindicatos. Na China de Mao Tse-Tung, além de ser proibido pelo Estado ter mais que um filho e o aborto ser obrigatório, chegou-se ao ponto de proibir as cozinhas nas casas das famílias e de se ter de comer e cozinhar nos refeitórios comunitários. Refeitórios masculinos e femininos.

Com leis que dificultam cada vez mais ter filhos, com modelos dominantes desestruturantes da família, ainda há quem proteste por se fecharem escolas, creches, ATL, maternidades, jardins-escolas? Espantoso é que ainda haja quem seja feliz e acredite no futuro, olhando e vivendo filhos e netos.

Continuem a votar ps...

“ Não admira que num país assim emerjam cavalgaduras, que chegam ao topo, dizendo ter formação, que nunca adquiriram, (Olá! camaradas Sócrates...Olá! Armando Vara...), que usem dinheiros públicos (fortunas escandalosas) para se promoverem pessoalmente face a um público acrítico, burro e embrutecido.Este é um país em que a Câmara Municipal de Lisboa, em governação socialista, distribui casas de RENDA ECONÓMICA - mas não de construção económica - aos seus altos funcionários e jornalistas, em que estes últimos, em atitude de gratidão, passaram a esconder as verdadeiras notícias e passaram a "prostituir-se" na sua dignidade profissional, a troco de participar nos roubos de dinheiros públicos, destinados a gente carenciada, mas mais honesta que estes bandalhos.Em dado momento a actividade do jornalismo constituiu-se como O VERDADEIRO PODER. Só pela sua acção se sabia a verdade sobre os podres forjados pelos políticos e pelo poder judicial. Agora continua a ser o VERDADEIRO PODER mas senta-se à mesa dos corruptos e com eles partilha os despojos, rapando os ossos ao esqueleto deste povo burro e embrutecido.Para garantir que vai continuar burro o grande "cavallia" (que em português significa cavalgadura) desferiu o golpe de morte ao ensino público e coroou a acção com a criação das Novas Oportunidades.Gente assim mal formada vai aceitar tudo, e o país será o pátio de recreio dos mafiosos.A justiça portuguesa não é apenas cega. É surda, muda, coxa e marreca.Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso, apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção.Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros.Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado.Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou, nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma, peças do quebra-cabeças. E habituamo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal, e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga Parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém que acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?Vale e Azevedo pagou por todos?Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência do Ministério da Saúde Leonor Beleza com o vírus da sida?Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém?As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância.E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente "importante" estava envolvida, o que aconteceu? Alguns até arranjaram cargos em organismos da UE.Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára?O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento.Ninguém quer saber a verdade.Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.Este é o maior fracasso da democracia portuguesa.”Clara Ferreira Alves - "Expresso"

Piadas de momento

como se chama o guarda redes do benfica?!

quarta-feira, agosto 04, 2010

Leiam...A FORÇA DO PS

Tudo o que aqui relato é verdade. Se quiserem, podem processar-me.
Eis parte do enigma. Mário Soares, num dos momentos de lucidez queainda vai tendo, veio chamar a atenção do Governo, na última semana,para a voz da rua.A lucidez, uma das suas maiores qualidades durante uma longa carreirapolitica. A lucidez que lhe permitiu escapar à PIDE e passar um bompar de anos, num exílio dourado, em hotéis de luxo de Paris.A lucidez que lhe permitiu conduzir da forma "brilhante" que se viu oprocesso de descolonização.A lucidez que lhe permitiu conseguir que os Estados Unidosfinanciassem o PS durante os primeiros anos da Democracia.A lucidez que o fez meter o socialismo na gaveta durante a suaexperiència governativa.A lucidez que lhe permitiu tratar da forma despudorada amigos comoJaime Serra, Salgado Zenha, Manuel Alegre e tantos outros.A lucidez que lhe permitiu governar sem ler os "dossiers"..A lucidez que lhe permitiu não voltar a ser primeiro-ministro depoisde tão fantástico desempenho no cargo.A lucidez que lhe permitiu pôr-se a jeito para ser agredido na MarinhaGrande e, dessa forma, vitimizar-se aos olhos da opinião pública evencer as eleições presidenciais.A lucidez que lhe permitiu, após a vitória nessas eleições, fundar umgrupo empresarial, a Emaudio, com "testas de ferro" no comando e umconjunto de negócios obscuros que envolveram grandes magnatasinternacionais.A lucidez que lhe permitiu utilizar a Emaudio para financiar a suasegunda campanha presidencial.A lucidez que lhe permitiu nomear para Governador de Macau CarlosMelancia, um dos homens da Emaudio.A lucidez que lhe permitiu passar incólume ao caso Emaudio e ao casoAeroporto de Macau e, ao mesmo tempo, dar os primeiros passos para umaFundação na sua fase pós-presidencial.A lucidez que lhe permitiu ler o livro de Rui Mateus, "ContosProibidos", que contava tudo sobre a Emaudio, e ter a sorte de essemesmo livro, depois de esgotado, jamais voltar a ser publicado.A lucidez que lhe permitiu passar incólume as "ligações perigosas" comAngola, ligações essas que quase lhe roubaram o filho no célebreacidente de avião na Jamba (avião esse transportando de diamantes, nodizer do então Ministro da Comunicação Social de Angola).A lucidez que lhe permitiu, durante a sua passagem por Belém, visitar57 países ("record" absoluto para a Espanha - 24 vezes - e França -21), num total equivalente a 22 voltas ao mundo (mais de 992 milquilómetros).A lucidez que lhe permitiu visitar as Seychelles, esse território degrande importância estratégica para Portugal, aproveitando para dar uma voltinha de tartaruga.A lucidez que lhe permitiu, no final destas viagens, levar para aCasa-Museu João Soares uma grande parte dos valiosos presentesoferecidos oficialmente ao Presidente da Republica Portuguesa.A lucidez que lhe permitiu guardar esses presentes numa caixa-forteblindada daquela Casa, em vez de os guardar no Museu da Presidência daRepublica.A lucidez que lhe permite, ainda hoje, ter 24 horas por dia devigilância paga pelo Estado nas suas casas de Nafarros, Vau e CampoGrande.A lucidez que lhe permitiu, abandonada a Presidência da Republica,constituir a Fundação Mário Soares. Uma fundação de Direito privado,que, vivendo à custa de subsídios do Estado, tem apenas como únicafunção visível ser depósito de documentos valiosos de Mário Soares. Osmesmos que, se são valiosos, deviam estar na Torre do Tombo.A lucidez que lhe permitiu construir o edifício-sede da Fundaçãoviolando o PDM de Lisboa, segundo um relatório do IGAT, que decretou anulidade da licença de obras.A lucidez que lhe permitiu conseguir que o processo das velhasconstruções que ali existiam e que se encontrava no Arquivo Municipalfosse requisitado pelo filho e que acabasse por desaparecerconvenientemente num incêndio dos Paços do Concelho.A lucidez que lhe permitiu receber do Estado, ao longo dos últimosanos, donativos e subsídios superiores a um milhão de contos.A lucidez que lhe permitiu receber, entre os vários subsídios, um dequinhentos mil contos, do Governo Guterres, para a criação de umauditório, uma biblioteca e um arquivo num edifico cedido pela Câmarade Lisboa.A lucidez que lhe permitiu receber, entre 1995 e 2005, uma subvençãoanual da Câmara Municipal de Lisboa, na qual o seu filho era Vereadore Presidente.A lucidez que lhe permitiu que o Estado lhe arrendasse e lhe pagasseum gabinete, a que tinha direito como ex-presidente da República,na... Fundação Mário Soares.A lucidez que lhe permite que, ainda hoje, a Fundação Mário Soaresreceba quase 4 mil euros mensais da Câmara Municipal de Leiria.A lucidez que lhe permitiu fazer obras no Colégio Moderno, propriedadeda família, sem licença municipal, numa altura em que o Presidenteera... João Soares.A lucidez que lhe permitiu silenciar, através de pressões sobre odirector do "Público", José Manuel Fernandes, a investigaçãojornalística que José António Cerejo começara a publicar sobre o tema.A lucidez que lhe permitiu candidatar-se a Presidente do ParlamentoEuropeu e chamar dona de casa, durante a campanha, à vencedora NicoleFontaine.A lucidez que lhe permitiu considerar Jose Sócrates "o pior doguterrismo" e ignorar hoje em dia tal frase como se nada fosse.A lucidez que lhe permitiu passar por cima de um amigo, Manuel Alegre,para concorrer às eleições presidenciais mais uma vez.A lucidez que lhe permitiu, então, fazer mais um frete ao Partido Socialista.A lucidez que lhe permitiu ler os artigos "O Polvo" de Joaquim Vieirana "Grande Reportagem", baseados no livro de Rui Mateus, e assistir,logo a seguir, ao despedimento do jornalista e ao fim da revista.A lucidez que lhe permitiu passar incólume depois de apelar ao voto nofilho, em pleno dia de eleições, nas últimas Autárquicas.No final de uma vida de lucidez, o que resta a Mário Soares? Resta umpunhado de momentos em que a lucidez vem e vai. Vem e vai. Vem e vai.Vai.... e não volta mais.Clara Ferreira AlvesExpresso Tendo a implementação da Democracia em Portugal mentores como Mário Soares, não admira que a versão instalada no país esteja obsoleta.O sistema precisa, urgentemente, de uma profunda renovação, ou seja, de novos protagonistas.Obrigado, Clara.